Estiagem no Rio Grande do Sul

José de Alencar Lemos Vieira Junior1,2, Michel Baroni2, Nathan Campos Loregian3

1 Programa de pós-graduação da UNOESC, Campus Xanxerê e Campos Novos – SC;

2 Fito Consultoria Agrícola, Lagoa Vermelha – RS;

3 Graduando em agronomia do IFRS, Campus Sertão – RS.

O estresse hídrico iniciou na segunda quinzena de novembro de 2019. Nestes dias, lavouras de soja e milho não estavam em período crítico. Na cultura da soja, foram observadas lesões foliares principalmente em plantas entre V2 e V4 (Figura 1). O sintoma também foi descrito pela família Reis (Instituto Agris, 2019). A chuva da quinzena seguinte fez com que as plantas retomassem o seu crescimento e desenvolvimento.

No mês de dezembro, a estiagem retomou com maior intensidade pelo aumento das temperaturas ambientais, com máxima registrada de 34,3º C em Lagoa Vermelha e 38,1º C em Passo Fundo e Cruz Alta (INMET – Instituto Nacional de Meteorologia, 2020) e também pela maior amplitude de dias sem chuva, com lavouras sem chuvas a 21 dias (Figura 2).

Atualmente, atendemos lavouras na região nordeste com chuva acumulada nos últimos 40 dias variando entre 60 mm (1,5 mm/dia) até 151 mm (3,8 mm/dia). A amplitude acumulada entre lavouras demonstra que a chuva foi localizada.

Choveu 521 mm no município de Lagoa Vermelha durante a primavera (INMET, 2020). A precipitação no início da primavera (231 mm) foi três vezes superior à demanda hídrica das culturas de verão e o dobro da ocorrida no final da primavera (Figura 3).

Nas lavouras de milho com maiores precipitações registradas, a média de chuva/dia durante o período de florescimento (pendoamento-espigamento) foi de 3,8 mm, próximo a 50 % da demanda evapotranspiração máxima da cultura (ETm).

A soja possui boa tolerância à falta de água no período vegetativo. No entanto, a deficiência hídrica tem provocado a queda de folhas fisiologicamente velhas para reduzir o uso da água. Também tem sido observado redução na altura das plantas e no índice de área foliar (Figura 4).

Para o milho, a redução na produtividade de grãos está confirmada. o mesmo é esperado em lavouras de soja superprecoces (grupo de maturação inferior a 5) semeadas no início do zoneamento agrícola.

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